quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SOU A AMANTE!







"... por favor, me ajude. Vivo um relacionamento há cerca de cinco anos com um homem casado. Ele diz que me ama, mas em momento algum fala em abandonar a esposa e filhos. Não sei viver sem ele e passo todo o tempo aguardando o dia em que ele irá me escolher. Será que isso é possível? Devo esperar? Amo-o profundamente e sei que ele também me ama."
Então, o que dizer para a Paula?
Vamos dizer à Paula que está se enganando? Que o "tal" não vai abandonar mulher e filhos e, que se o fizer, não será por ela?
Que se um dia a mulher dele descobrir e o mandar embora, ele volta correndo pedindo para ficar? Posso imaginar o discurso  "A Paula não significa nada para mim. Foi um erro. Um deslize. Eu vivo para você e para as crianças, por favor, me aceite. Vou terminar tudo com ela. Não posso mais levar essa história, dessa forma. Se quiser, ligamos juntos para a Paula, ela irá confirmar que não temos nada sério."
Ou, vamos dizer a ela para parar de continuar se iludindo e esperar, insistentemente, por um amor que não existe? Dizer a ela que o que está vivendo é uma ilusão e não uma história de amor? Que ela, de fato, não o ama e, sim, criou, ao longo do tempo, uma dependência emocional dele? Que ética e politicamente, ela está incorreta? Que aceitando ser a outra, pode um dia estar na mesma situação? E, então o que vai ser?
Vamos dizer a ela que, a cada 10 amantes, uma consegue ficar com o marido da outra e que, então — sim, continue no risco enquanto o tempo passa?!
O que vai ser?!
Parece-me mesmo que a Paula está vivendo uma história que não é dela. A história real, pé no chão, verdadeira — acontece na casa do "tal". Ela fica com o que sobra. Com o tempo livre, com o que poderia ser.
Então, o que vai ser? O que vamos dizer a Paula?
Vamos dizer a ela que um homem que leva uma vida dupla por cinco anos, não tem intenção nenhuma de se desligar da família?
O que vai ser?
O papel da amante é mesmo complexo e, infelizmente, sem muito êxito. Por isso, fica o convite, o que leva uma pessoa a viver isso? Por que aceitamos nos submeter a esse tipo de situação? De um e outro lado, o que acontece para que essa confusão seja real?
Crenças erradas, falta de auto-estima, amor próprio, paixão, sexo, inexistência de sonhos, projetos, egoísmo, loucura, insegurança, medo, o que nos faz viver essa dor, achando que é amor?!
Reflitam.
Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você — Histórias e Relacionamentos Codependentes, Você Está Disponível? Um Caminho para o Amor Pleno e Coisas do Amor.


Mais informações sobre a autora no www.sandramaia.com

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